
Uma carga com 260 mil sacas de cacau importada da África está sendo desembarcada do navio Rubina Madera, no Porto do Malhado em Ilhéus. São cerca de 15 mil toneladas, destinadas as indústrias moageiras como Cargill, Barry Chalebout e Offi, que dominam o setor.
A ANPC- Associação Nacional dos Produtores de Cacau vem alertando o Governo Federal para os riscos fitossanitários que as cargas importadas da África podem pode trazer as lavouras de cacau do país, caso não haja rigor no controle das amêndoas de outros países, implicando em grandes riscos para a produção de cacau nacional.
Os riscos provocados pelo cacau importante podem afetar um setor que passa por um período de valorização desde 2024, quando a arroba passou cerca de 300 reais e cruzou a barreira dos mil reais, estabilizando-se na faixa de 900 reais, com pequenas oscilações´.
A alta dos preços tem motivado novos investimentos na lavoura, tanto na qualidade como no aumento de produtividade e a ameaça provocadas pela importação traz incertezas tanto na Bahia quanto no Pará, maiores produtores nacionais.
Além disso, o cacau importado pelas moageiras, de qualidade inferior, também pode impactar, para baixo, os preços da produção brasileira.

“A indústria ao sugerir que o Governo Federal aplicasse a Instrução Normativa IN125, que atualiza os requisitos fitossanitários para a importação de cacau, ignorou a proteção à lavoura cacaueira brasileira. O navio que atracou em Ilhéus está sem nenhum controle, com riscos gravíssimos de trazer doenças de outros países, que convivem com pragas que eles não conseguem combater. A chegada dessas doenças seria uma catástrofe para a produção nacional e é preciso que o Governo Federal tome medidas drásticas para evitar que isso aconteça”, afirma a presidente da ANPC, Vanuza Barroso.
De acordo com a ANPC, além das amêndoas que estão sendo desembarcadas atualmente, a chegada novas cargas de cacau africano está prevista para o mês de março.