por Givaldo Ferreira Couto
Entre os dez municípios maiores produtores de cacau da Bahia, seis encontramse no Território de Identidade Baixo Sul: Wenceslau Guimarães, Ibirapitanga, Gandu, Teolândia, Camamu e Valença. Três localizam-se no Litoral Sul: Ilhéus, Uruçuca e Itacaré. No Vale do Jiquiriçá, Mutuípe é mais um município integrante do ranking. Na ordem crescente, a tabela abaixo sintetiza o conjunto dos maiores produtores de cacau com seus respectivos dados.
Municípios com maior produção de cacau
Município Produção Área (ha) Produtividade (kg)
1° Ilhéus 8.961 38.294 234
2º W. Guimarães 8.775 10.714 819
3º Ibirapitanga 8.655 18.494 467
4º Gandu 5.029 8.217 612
5º Teolândia 5.003 7.336 681
6º Uruçuca 4.639 20.992 221
7º Itacaré 4.231 16.778 252
8º Mutuípe 4.002 8.624 464
9º Camamu 3.675 11.667 314
10º Valença 3.450 8.498 405
(Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2023. Rio de Janeiro: IBGE, 2024)
A região cacaueira conhecida como Território de Identidade Litoral Sul, recebeu as primeiras sementes de cacau em 1746, onde, hoje, é o município de Canavieiras.
Seis anos depois, em 1752, o cacau foi introduzido, no município de Ilhéus. A partir daí, o cultivo de cacau expandiu-se, gradualmente por outras glebas da antiga Capitania Hereditária. Por via marítima ou fluvial, as sementes chegaram, aonde, encontram-se os municípios de Itabuna, Uruçuca, Itacaré e Maraú, entre outros.
As práticas agronômicas: correção de acidez, plantio de cacaueiros híbridos, fertilização, combate às pragas, adequação de sombreamento, podas de manutenção e clonagens possibilitaram o incremento da produção de cacau. Novas áreas com cacaueiros passaram a existir no cenário bucólico de sítios e fazendas, transformando o território do Baixo Sul no maior produtor de cacau da Bahia.
Em 1974 a região produziu 13.005 toneladas de cacau. Em 2023 a produção alcançou 47.281 (t), representando um incremento de 360%. A área ocupada com a cultura passou de 40.398 hectares para 101.030 hectares no período de cinco décadas, garantindo um aumento de 250%, conforme os dados disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.
O desenvolvimento da cacauicultura no Baixo Sul da Bahia ganhou impulso a partir da década de 1970, graças a políticas públicas que viabilizaram a formação de novos cacauais, beneficiando centenas de agricultores.
Produção de cacau do Baixo Sul e do estado da Bahia
Local Área Produção (t) Rendimento (Kg/ha)
Baixo Sul 101.030 47.281 467
Bahia 495.818 139.011 280
(Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2023. Rio de Janeiro: IBGE, 2024)
O cacau está presente em 25.690 propriedades rurais da região, garantindo diversos empregos e distribuição de rendas, beneficiando milhares de produtores, classificados como: agricultores familiares, pequenos e médios.
O Baixo Sul se tornou o maior produtor de cacau da Bahia, graças às metas bem definidas e técnicas desenvolvidas na cadeia produtiva da cultura, com assistência técnica da COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA e dos conhecimentos científicos produzidos pelo Centro de Pesquisas do Cacau.
O avanço da cacauicultura, na região, só foi possível graças ao apoio da CEPLAC, com elaboração inúmeros projetos para acesso ao crédito rural. Além disso, a CEPLAC desenvolveu e implementou a assistência técnica com diversos métodos da extensão rural. Cursos, treinamentos, dias de campo, palestras e reuniões foram fundamentais no processo de aprendizagem dos procedimentos técnicos para o manejo da cultura do cacau.
Referências:
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção
Agrícola – Lavoura Permanente. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/valenca/pesquisa/15/11863?localidade1=
290580&localidade2=291730>. Acesso em: 27 de abr. de 2025.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Produção Agrícola – Lavoura Permanente. Rio de Janeiro: IBGE, 2024.
Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/pesquisa/15/11863>.
Acesso em: 02 de maio de 2025.
SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA – SIDRA. PAM – 2023
Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas>. Acesso em:
27 de abr. de 2025.
