Um grupo de 14 pessoas da Coopermata (Cooperativa de Agricultura Familiar do Baixo Sul da Bahia) está no Sul de Minas Gerais em uma missão técnica, organizada pelo CocoaAction Brasil no âmbito do Projeto Cacau 2030. Eles vieram conhecer e se inspirar com a trajetória de sucesso e gestão profissionalizada de cooperativas como a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores) em Guaxupé, considerada a maior cooperativa de café do mundo, e a Coomap (Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu), que reúne pequenos cafeicultores, em Paraguaçu.
A Bahia, que atualmente é líder nacional na produção de cacau, conta com cerca de 45 mil produtores do fruto, mas poucos participam de cooperativas, que são uma maneira de unir esforços, disseminar conhecimento, facilitar o acesso a crédito e recursos, e “ganhar” poder de negociação tanto na compra de insumos quanto no momento de comercializar o produto. As cooperativas também podem organizar departamentos técnicos e prestar assistência técnica aos produtores cooperados.
Neste contexto, nasceu essa missão, para expandir conhecimentos sobre o cooperativismo e sua importância para a união e valorização dos produtores, sobre diferentes modelos de gestão de cooperativas e sobre os serviços que elas oferecem aos cooperados, para benefícios dos próprios produtores e o avanço sustentável da cadeia produtiva. E também para servir de inspiração aos representantes da Coopermata, que foi fundada em 2007 e tem 360 cooperados produtores de cacau, na região Baixo Sul da Bahia.
Na visita ao Complexo Japy, da Cooxupé, o grupo da Coopermata pôde acompanhar as operações de armazenagem de café, rebenefício e estufagem de containers para exportação, processos que adotam alta tecnologia e automação, e esclarecer dúvidas sobre a gestão da cooperativa e sobre os serviços oferecidos para manter os cooperados engajados. A Cooxupé tem aproximadamente 20 mil cooperados, cuja maioria (97%) corresponde a produtores familiares.
O segundo dia de visitas foi na Coomap, localizada em Paraguaçu, cooperativa que tem uma realidade semelhante à da Coopermata. Segundo Vitor Stella, do CocoaAction Brasil, que acompanhou o grupo, foi uma verdadeira imersão. “Fomos recebidos por toda a equipe da Coomap, que compartilhou os processos e gerenciamento da cooperativa, e como gerir da melhor maneira possível. Eles também conheceram os armazéns, as salas de provas, a exportação, o financeiro e saíram muito animados”, diz.
“Para nós têm sido uma experiência marcante, conhecer os aspectos de governança, processos, rotinas, mas acima de tudo a aderência aos princípios do cooperativismo. Com certeza, vamos implementar muito do que vimos aqui”, diz José Castro, diretor executivo da Coopermata. “Esta imersão vai ajudar muito na profissionalização e desenvolvimento da nossa cooperativa”, disse Taylor Amparo, vice-presidente da Coopermata.
Já Ana Claudia e Rosana Leite, respectivamente gerente de negócios e gerente financeira da Coopermata, ressaltaram a importância da intercooperação como catalisador do crescimento da Coopermata.
A visita da Coopermata às cooperativas mineiras aconteceu de 24 a 27 de novembro e foi a segunda missão técnica organizada pelo CocoaAction Brasil. A primeira ocorreu no ano passado e trouxe uma comitiva de 30 pessoas, de 12 cooperativas de cacau de diferentes regiões do Pará, para aprender com as cooperativas cafeeiras.
