Cacau volta ao Índice de Commodities da Bloomberg após 20 anos e pode atrair bilhões em novos investimentos

Por: Claudemir Zafalon
O mercado de cacau inicia novembro com um importante catalisador de alta no horizonte. Na última sexta-feira, a administradora do Índice de Commodities da Bloomberg (BCOM) anunciou que, a partir de janeiro, o cacau voltará a integrar o índice pela primeira vez em duas décadas.
Segundo a Bloomberg, os ativos que compõem o BCOM somavam US$ 109 bilhões ao final de 2024, e o cacau receberá peso de 1,7% na carteira. Isso pode desencadear fortes fluxos de compra por parte de fundos de investimento que seguem o índice.
A consultoria Peak Trading Research LLC estima que os fundos precisarão adquirir cerca de US$ 1,9 bilhão em contratos futuros de cacau nos próximos 80 dias para ajustar suas posições à nova composição do índice. Esse movimento, segundo analistas, pode sustentar o recente viés altista dos preços nas bolsas internacionais.
Mercado Futuro: transição para o contrato de março
Com a aproximação do período de liquidação física do contrato de dezembro, o foco do mercado já se desloca para o vencimento de março (CCH25). Na sexta-feira (31), o contrato de março oscilou entre US$ 6.190 e US$ 6.443 por tonelada, encerrando o dia a US$ 6.250, com alta de US$ 147. O volume total negociado somou 41.856 contratos, enquanto o interesse em aberto ficou estável em 121.582 contratos, refletindo equilíbrio entre novas posições e liquidações.
Os estoques certificados de cacau monitorados pela ICE nos portos dos EUA voltaram a cair, com redução de 3.391 sacas, totalizando 1.815.627 sacas — um dos níveis mais baixos do ano. Essa tendência de redução nos estoques físicos reforça a percepção de oferta global limitada e adiciona suporte aos preços.
No câmbio, o contrato futuro de Real x Dólar com vencimento em 28 de novembro operava em leve baixa nesta manhã, cotado a R$ 5,40. Um real mais forte pode atenuar parcialmente o impacto dos preços internacionais para o mercado doméstico, mas o ambiente externo segue dominante no curto prazo.
A reentrada do cacau no Bloomberg Commodity Index marca um retorno simbólico e estratégico para a amêndoa, que volta a ganhar protagonismo entre as commodities globais após um ciclo de volatilidade e escassez de oferta. A expectativa é que os fluxos financeiros associados à mudança reforcem a liquidez do mercado e sustentem preços firmes até o início de 2025.
Fonte: mercadodocacau
				
    





