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No Sul da Bahia, indicação geográfica impulsiona o cacau brasileiro

 

pubicado originalmente em francês em www.challenges.fr

 

Cuidadosamente, Henrique Almeida observa um técnico abrir com precisão uma centena de grãos de cacau, enquanto outro coleta amostras em sacos ao pé de sua plantação para verificar se esse lote está em conformidade com a indicação geográfica “Sul da Bahia “, uma esperança para os camponeses em crise.

“A produção de cacau fino e a criação do rótulo de indicação geográfica permitem ter uma atividade lucrativa e elevar nossa região”, explica à AFP o agricultor baiano de 63 anos, proveniente de uma família de produtores de cacau por três gerações e que adquiriram a fazenda Sagarana, em um século, em 2006, 60 hectares em Coaraci, no sul do estado da Bahia (nordeste do Brasil).

Antes confinado à produção de cacau comum, destinado à indústria de chocolates, Henrique Almeida, como outros produtores da região, optou por melhorar a qualidade de seu cacau para poder continuar sua atividade. Anteriormente, a doença da “vassoura-de-bruxa” – ligada à proliferação de um fungo – havia reduzido drasticamente, a partir de 1989, a produtividade dos cacaueiros baianos, que forneciam até 86% da produção nacional.

O trabalhador agrícola José Carlos mostra o interior de um cacau em uma plantação na fazenda Altamira em Itajuipe, no estado da Bahia, no nordeste do Brasil, em 13 de dezembro de 2019 (AFP / Arquivos – RAFAEL MARTINS)

“Quando comprei a fazenda, os preços padrão do cacau estavam baixos e os produtores de cacau se desmotivaram, enquanto o mercado de chocolate estava indo bem. Comecei a cultivar cacau fino para fazer meu próprio chocolate original e adicionar valor ao meu produto “, disse o agricultor.

– Cacau melhor pago –

Assim, ele estabeleceu um método de produção preciso e mais longo do que o cacau comum. Depois de colher e abrir as vagens e separar as sementes de qualidade, ele as coloca para fermentar em tanques de madeira por sete a oito dias, mexendo-as a cada 24 horas para deixar o aroma do chocolate se formar. Depois seca as amêndoas ao sol por vários dias, cobrindo-os em caso de forte calor ou chuva.

O técnico da AgricoleFarm, Flavio Jose, classifica os grãos de cacau secos para avaliação na fazenda Sagarama em Coaraci, no estado da Bahia, nordeste do Brasil, em 12 de dezembro de 2019 (AFP / Arquivos – RAFAEL MARTINS)

Esses esforços valem a pena: em média, o cacau fino, como o IG (indicação geográfica), é pago entre 40% e 160% mais caro que o cacau comum.

Atualmente, o cacau fino é responsável por quase metade de sua produção e 40% desses grãos de qualidade atendem às especificações da indicação geográfica “Sul da Bahia”.

Registrado pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em abril de 2018, esse IG é fruto de um longo trabalho, iniciado há dez anos por Henrique Almeida e outros produtores, além de cooperativas e pesquisadores, reunidos em Associação de Cacau da Bahia do Sul (ACSB) para definir as regras relativas à produção.

– Chocolate rotulado –

Segunda indicação geográfica atribuída ao cacau brasileiro, depois da região de Linhares, no estado do Espírito Santo (centro-leste), registrada em 2012, e antes da de Tomé-Açu, no estado do Pará (norte). ) no início de 2019, estabeleceu critérios qualitativos rigorosos.

Avaliação de grãos de cacau secos na fazenda Sagarama em Coaraci, no estado da Bahia, nordeste do Brasil, em 12 de dezembro de 2019 (AFP / Arquivos – RAFAEL MARTINS)

“Não queríamos uma certificação simples que comprove o patrimônio histórico e cultural do cacau na região, queremos usá-lo para defender a qualidade deste produto e proteger o meio ambiente e os direitos sociais, o que também nos permitiu nos diferenciar “, diz a bióloga Adriana Reis, cofundadora da ACSB.

Os lotes candidatos a cacau para IG devem, portanto, apresentar pelo menos 65% de grãos totalmente fermentados, com um teor de umidade inferior a 8% e inferior a 3% de defeitos internos (mofo, insetos, germes).

Para verificar o cumprimento dessas regras, os produtores enviam uma amostra para o Cocoa Innovation Center, um laboratório independente criado em 2017. Se o resultado for positivo, os técnicos da ASCB realizam um teste visual no local e enviam um segundo amostra do mesmo lote no laboratório.

A associação também monitora o monitoramento do sistema de produção agroflorestal, a fim de proteger a Mata Atlântica na qual os cacaueiros crescem e garantir o cumprimento do código do trabalho.

Trabalhadores agrícolas brasileiros colhem e avaliam frutos de cacau na fazenda Altamira, em Itajuipe, estado da Bahia, nordeste do Brasil, em 13 de dezembro de 2019 (AFP / Arquivos – RAFAEL MARTINS)

Desde abril de 2018, 25 produtores já certificaram 40 toneladas de cacau com a indicação da fonte, ou 15% das 300 toneladas de cacau fino produzidas no sul da Bahia, uma quantidade que deve aumentar, principalmente como o chocolate fabricado com IG carimbado em cacau também poderá ostentar o rótulo.

“Para convencer mais produtores de juros de IG, os compradores devem pagar mais por esse cacau. Este ano, criamos um código QR para melhorar a rastreabilidade do produto, cada vez mais exigida pelos consumidores” , diz Adriana Reis.

(Fonte: https://www.challenges.fr/economie/dans-le-sud-de-bahia-l-indication-geographique-dynamise-le-cacao-bresilien )

 

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