
Por muito tempo, alimentos como café, vinho tinto e chocolate amargo foram vistos com desconfiança por quem buscava uma vida saudável — especialmente sob a ótica da saúde cardiovascular. No entanto, pesquisas científicas recentes vêm apontando que o consumo moderado e consciente desses itens pode, sim, oferecer benefícios para o coração.

De acordo com a médica cardiologista Dra. Fernanda Weiler, formada pela Universidade de Brasília (UnB) e certificada em Medicina do Estilo de Vida pela Harvard Medical School, é essencial compreender que o impacto de um alimento depende da quantidade, frequência e contexto em que é consumido. “Nenhum alimento isolado vai salvar ou destruir a sua saúde. Mas sim, quando falamos de café, vinho e chocolate amargo, há evidências que mostram efeitos positivos no sistema cardiovascular, desde que o consumo seja equilibrado e inserido num estilo de vida saudável”, afirma a médica.
O café e o coração
Estudos recentes publicados no New England Journal of Medicine e no Journal of the American College of Cardiology indicam que até três a quatro xícaras de café por dia podem estar associadas a menor risco de insuficiência cardíaca, arritmias e mortalidade por causas cardiovasculares.
“Para pessoas que não têm sensibilidade à cafeína, o café pode ter efeito antioxidante, melhorar o metabolismo e até reduzir o risco de diabetes tipo 2, um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas”, explica Dra. Fernanda.
Vinho tinto: antioxidante com moderação
O vinho tinto contém polifenóis como o resveratrol, substância que pode ajudar a proteger os vasos sanguíneos, reduzir o colesterol LDL (ruim) e prevenir coágulos. O consumo moderado — até uma taça por dia para mulheres e até duas para homens — pode ser benéfico, segundo diretrizes internacionais.
“A palavra-chave aqui é moderação. O álcool em excesso é tóxico e aumenta o risco de hipertensão, arritmias e até câncer. Mas o vinho tinto, consumido com parcimônia e dentro de um estilo de vida equilibrado, pode sim ter efeito cardioprotetor”, reforça a médica.
Chocolate amargo: quanto mais cacau, melhor
Quanto maior o teor de cacau, maior a concentração de flavonoides — compostos com ação antioxidante e anti-inflamatória. Pesquisas sugerem que o consumo de pequenas porções de chocolate com mais de 70% de cacau pode reduzir a pressão arterial e melhorar a função endotelial (revestimento interno dos vasos).
Dra. Fernanda Weiler, que também é cofundadora do grupo “Mais uma D.O.S.E“, voltado à promoção da qualidade de vida e uma das diretoras atuais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, destaca que não se trata de “liberar geral”, mas de informar e empoderar o paciente para fazer escolhas conscientes: “Esses alimentos, quando consumidos com critério e dentro de um estilo de vida saudável — que inclui atividade física, sono de qualidade, manejo do estresse e boas conexões sociais — podem sim ser aliados do coração”, conclui.
Sobre a Dra Fernanda Weiler:
Dra Fernanda Weiler é formada em medicina pela Universidade de Brasília (UNB) com residência em cardiologia pela mesma Universidade. É membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida. Entre 2014 e 2015 foi professora da UNB, mesma Universidade em que se formou.
Sua extensão em Medicina do Estilo de Vida, feita na Harvard Medical School (EUA) fez com que Dra Fernanda passasse a olhar a saúde cardíaca como resultado também (e principalmente) das escolhas de vida de cada pessoa. Defensora da atividade física e da promoção dos bons hábitos, dedica parte de sua carreira a incentivar seus pacientes e seguidores das redes sociais a adotarem melhores hábitos no que tange aos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida.
Dra Fernanda é também co-fundadora do grupo “Mais uma D.O.S.E (dopamina, ocitocina, serotonina, endorfina)”, que visa a melhora na qualidade de vida através da Medicina do Estilo de Vida.
(Fotos Divulgação)