Em Camacan, no Sul da Bahia, um grupo de mulheres, lideradas por Maria Helena Guimarães Silva, descobriu no chocolate produzido através da agricultura familiar, uma alternativa para a geração de emprego e renda. Hoje, a Associação Só Cacau, que tem sede no bairro Panelinha, é mais um exemplo de que a união e o empreendedorismo podem mudar a realidade das pessoas e movimentar a economia.
A Associação Só Cacau, que faz parte do Centro Público de Economia Solidária (Cesol) Litoral Sul, equipamento ligado à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). trabalha com o cacau de forma mais rústico, aprimorando o verdadeiro sabor da amêndoa e suas propriedades nutricionais e também medicinais.
Um dos destaque da Associação é o creme de cacau Cacauela (versão sulbaiana e muito mais saborosa) do Nutela, lançado com grande sucesso durante o Festival Internacional do Cacau e Chocolate de Ilhéus. Além disso, são comercializados 18 produtos como amêndoas de cacau caramelizadas, cacau em pó 100%natural, melaço do mel de cacau, Nego bom de cacau, bolo de cacau, cacauadas, chocolate a partir 60% de cacau, nibs in natura, e licor da amêndoa de cacau.
“Um dos grandes potenciais econômicos da região sul é o adensamento da cadeia produtiva do cacau, com a produção do chocolate e outros derivados. Vários empreendimentos da economia solidária já desenvolvem esse trabalho e o Cesol atua de maneira consistente nesse segmento para ajudar, principalmente, na comercialização, que é um dos principais desafios do segmento”, ressalta o titular da Setre, Davidson Magalhães.
Das 23 mulheres do grupo inicial, seis permanecem na Só Cacau. As demais foram encaminhadas pela própria associação para outras atividades como fabricação de sabão e detergente caseiro, venda de roupas porta a porta, barracas em feiras livres e produção de artesanato. “O importante é que todas passar a ter uma renda complementar, já que a maioria estava desempregada ou dependia de programas sociais como o Bolsa Familia”, afirma Maria Helena, professora, casada e mãe de dois filhos, que atualmente frequente o curso Mulheres em Campo, pelo IfBaiano, em Uruçuca e faz parte da primeira turma de pós-graduação em Gestão de Cacau e Chocolate na Faculdade de Ilhéus.
“Mesmo com outras atividades, nunca deixei de fazer minhas receitas dos derivados do cacau sempre atuante na comunidade como militante da Pastoral da Criança ajudando as famílias carentes a desenvolver receitas de alimentação alternativa e daí surgiu a ideia de formação da Associação Só Cacau”, afirma.
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Contatos com Maria Helena e a Associação Só Cacau podem ser feitas através do telefone/whatsapp(73) 98222-8229