
Cléber Isaac Filho
A indústria de processamento de cacau está em polvorosa pela quebra de safra na África.
Os preços batendo recorde por uma quebra de safra causada por seca, praga e plantações antigas sem trato cultural.
O que precisa ser dito é o nome do responsável pela quebra de safra. Os responsáveis pelo Brasil não ter a produção nem de longe similar da época “pré vassoura de bruxa” .
Vamos pensar juntos… Quem dita o preço do cacau em uma estrutura de oligopisonio* (situação em que poucos compradores estabelecem o preço) ?
Os compradores definem os preços. Sabe quantos são ? Menos de 5; e compram 80% do cacau do mundo.
Aqui no Brasil e no mundo inteiro são os mesmos :
@cargill @nestle_br @olam_international
Aqui no Brasil e no mundo eles praticam “greenwashing” com discurso superficial sobre ambientalismo de fachada.
São anos de denúncias sobre as condições Sub humanas da produção da África.
Documentários; denúncias na ONU e em resposta…lindas fotos de mulheres empoderadas e crianças nos sites que divulgam suas campanhas superficiais.
Aqui no Brasil a prática de “drawback” (situação de importar cacau sem pagar impostos) achata o preço de maneira tal que muitas fazendas ficaram abandonadas por não serem viáveis.
E justamente aquelas que mais preservam florestas e nascentes.
A hipocrisia ou ingenuidade prevalece no terceiro setor da região sul da Bahia; ao venderem a ideia que o cacau fino e as iniciativas bem intencionadas como a @dengochocolates iriam viabilizar a economia local.
Vamos ser claros com números : Cacau fino e chocolate de origem não é nem 5% do mercado total de cacau em nenhum lugar do mundo.
A verdade é dura e não é boa de se colocar em discurso de novela @renascernovela.
A Bahia tem mais de 30 mil produtores de cacau e na melhor hipótese o mercado de cacau fino e chocolate de origem vai beneficiar 1.500.
Irritante ter que ouvir em novela e discurso de pessoas esclarecidas e famosas de ong’s falar :
“Vassoura de bruxa foi boa pra acabar com o coronelismo”.
Como se a vassoura de bruxa não tivesse inchado favelas de Ilhéus e Itabuna com milhares de desempregados.
(Continua)