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Serpentário Serra Grande realiza campanha para manutenção do projeto

Preservação de espécies e eco sustentabilidade tem reconhecimento internacional, mas recursos são escassos

Situado às margens da rodovia BA 001 entre Serra Grande/Uruçuca e Itacaré, no Sul da Bahia, o Serpentário Núcleo Serra Grande é um patrimônio ambiental e de saúde pública.

 

Regularizado e certificado pelo IBAMA (CTF IBAMA MMA 495100) com licenciamento ambiental do INEMA o Serpentário foi implantado nos anos 1990,   em função de uma lacuna do Estado em relação aos resgates de fauna.

De forma voluntária o medico Rodrigo Cancado Gonçalves de Souza, de 61 anos, passou a assistir a comunidade na remoção de fauna em situação de ameaça, desde aves (pinguins inclusive), mamíferos, insetos, aracnídeos, e uma infinidade de serpentes,  incluída aqui a, cada vez mais rara, a temida surucucu pico-de-jaca (lachesis muta), com o apoio  da Polícia Militar de Itacaré, que intermedia as solicitações de remoção da fauna em risco para remoção, uma vez que o IBAMA, INEMA, Bombeiros e outros, por razões de deslocamento, material humano, não podiam e ainda não podem prontamente comparecer às ocorrências, no período noturno.

São vários  anos de uma parceria efetiva entre o serpentário e a 72° Companhia independente da Polícia Militar. Já foram realizadas dezenas de resgates de animais peçonhentos, em vias públicas, residências e diversos outros locais, sempre com grande profissionalismo, utilizando de técnicas especificas em situações muitas vezes complicadas.

Em razão da grande resistência dos proprietários de terras a realocação de serpentes peçonhentas em suas propriedades, nasceu o serpentário Núcleo Serra Grande, o único no Brasil com autorização de manejo de fauna silvestre para o gênero Lachesis.

Por ser o único serpentário brasileiro dedicado ao gênero Lachesis, e devido ao fato de que o soro para tratar acidentados necessita do veneno desta serpente, é doada desde 2014, esta matéria prima (veneno de surucucu) aos produtores nacionais S.A.B (Soro Antibotrópico – Laquético) para o  Instituto Vital Brasil (IVB) e da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), referências nacionais no desenvolvimento de

pesquisas científicas e na produção de soros antipeçonhentos e antivirais para uso humano.

De acordo com o site de jornalismo ambiental O ECO  reconhecendo a importância ‘um resgate aqui, outra captura ali, e o projeto do médico ganhou tamanha dimensão que adquiriu reconhecimento internacional. Alemães e argentinos de conceituados centros de pesquisa também trocam experiências com os brasileiros”.

 

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

No Sul da Bahia tivemos dois casos distintos de acidentes laquéticos, publicados internacionalmente e nacionalmente. Essas publicações educam os médicos nas cidades-polo, demonstrando de forma cabal, que pesquisa, educação, difusão do conhecimento, educação ambiental e etc, e tem sido os pilares do projeto que visa preservação de vidas humanas paralelamente à preservação das últimas surucucus da Mata Atlântica (perda de 95% de habitat).

A revista TIME, dos EUA, com circulação mundial, reconheceu o trabalho desenvolvido no Núcleo Serra Grande: “Ele salvou a maior cobra venenosa das Américas. Agora, ele espera que isso possa salvar vidas humanas. Esses animais têm importância biomédica, farmacêutica e ecológica.  Ele fez isso tudo com seus próprios recursos, mas o potencial é real se ele conseguir algum financiamento.”

 

O Dr. Rodrigo destaca que “não se pode falar em preservação da surucucu da Mata Atlântica sem emprego e renda para o nativo do entorno e a difusão do conhecimento acumulado ao longo destes 20 anos de esforços”.

 

Não há a possibilidade da convivência harmônica entre todos os viventes, na cabeça do adulto local. “Por este motivo investimos na juventude, na educação ambiental, recebendo visitas ou indo as escolas locais, cientes de que serão estes os descendentes dos sitiantes locais que residem e insistem na região, os principais atores da preservação das últimas surucucus da Mata Atlântica”, diz o mÉedico . “É importante ressaltar que aqui treinamos todas as Policias Militares especiais e Bombeiros Militares de todo o Nordeste”, diz.

 

 

Apesar de todos os esforços, o empreendimento não é é autossustentável. A receita de outubro de 2021 a outubro de 2022 foi de cinco mil reais, com uma única venda de 250 miligramas de veneno uma  indústria homeopática de São Paulo. “O que se vê na internet hoje é extrema desonestidade intelectual com gente oferecendo “cursos” para ficar rico rapidamente vendendo veneno de cobra, surucucu em especial, iludindo incautos, que nunca tiveram contato com animais peçonhentos, ou com os rigorosíssimos tramites do IBAMA, INEMA, IEF (Instituto Estadual de Floresta) para instalação de projetos  que são meros sonhos plantados por empresários inescrupulosos, mas competentes na arte de iludir”, alerta o diretor do serpentário.

Ainda assim, sem lucros e após grande investimento para formação da estrutura física atual, o local mantém quarto funcionários para cuidar da estrutura.

 

“Acreditamos desde o início que não se preserva surucucu sem amparar o nativo do entorno, aquele que recorre ao que sobrou na mata atlântica se sua geladeira estiver vazia. Não se preserva surucucu sem preservar o homem que coabita seu habitat”, afirma o médico.

O custo fixo do serpentário ultrapassa os 15 mil reais por mês, entre salários, manutenções, insumos para a fábrica de ração de ratos para alimentação das cobras, energia, gasolina para deslocamento a resgates  incluindo as APAs Itacaré e Serra Grande.

 

 

Numa grande demonstração de dedicação ao projeto, os custos com o serpentário são cobertas com os plantões que o medico  atua em hospitais de Ilhéus.

CAMPANHA DE APOIO

Para evitar que o projeto seja encerrado após anos de sacrifícios, o Dr. Rodrigo vem realizando uma campanha que garanta o suporte econômico para enfrentar os desafios nos próximos cinco anos.

 

“Neste período iremos buscar a todo o custo a autossutentabilidade do projeto, que pode se dar via taxas de visitação, hospedagem na área dos quatro hectares do projeto renda com cantina de apoio a hóspedes e visitantes, estabelecer relacionamento comercial com os Institutos para os quais doamos veneno para fabricação do soro que atende aos acidentados e turismo ambiental como observação de pássaro, trilhas”, ressalta.

 

“O Núcleo Serra Grande, que tem sua área com o título de “Reserva de Biosfera – Patrimônio da Humanidade pela UNESCO” tem potencial para crescer ainda mais, gerar oportunidades de emprego e renda, conhecimento científico, t neste momento, não há mais como arcar sozinho com as despesas”, diz.

Durante visita a Ilhéus para a inauguração da Policlínica Regional de Saúde, o governador Jerônimo Rodrigues se comprometeu a apoiar o projeto.

 

Veja a reportagem de Cléber Isaac Ferraz, no programa Economia Verde

 

 

 

Contatos

Fone (31) 99815 1184 -wathapp

 

Email: lachesisbrasil@gmail.com

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