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Itacaré é destaque no ´Le Figaro`

Cidade é apontada como grande destino turístico por um dos mais importantes veículos de comunicação da França

 

A cidade de Itacaré, no Sul da Bahia, é destaque na revista “Le Figaro”, um dos mais importantes veículos de comunicação da França. Uma reportagem especial mostra as belezas naturais, praias, patrimônio histórico-arquitetônico e a culinária da cidade, que vem atraindo cada vez mais turistas do Brasil e do Exterior.

Cenário da novela Cacau, exibida pela TVI Portugal e já comercializada para vários países europeus,  Itacaré de consolida como destino completo, fruto de um amplo trabalho de divulgação e capacitação do trade, liderado pelo secretario de turismo Marcos Japu, com o aval do prefeito Antonio de Anízio.

Veja a reportagem, traduzida do francês para o português.

Itacaré, A Costa das Maravilhas

Entre a selva exuberante e praias sublimes, temperadas com ondas poderosas e regulares, fortes tradições e uma doçura de viver, a região ao redor de Itacaré, no sul da Bahia, cultiva sua diferença. Santuário de serenidade, o Barracuda promove ali a idílica relação com a natureza e uma nova forma de hospitalidade, virtuosa.

Um suave concerto nos acompanha na caminhada: assobio das folhas, gorjeio dos pássaros, murmúrio de um rio ao longe. O caminho avança sob a abóbada da floresta, catedral verde, perfurada por vitrais no azul. Em vinte minutos, deveríamos alcançar a praia. Mas a cada cem metros, fazemos uma pausa, impressionados pela beleza estranha dos arredores. Pranchas apoiadas no cotovelo, surfistas de calção de banho logo nos ultrapassam, saudando-nos com um jovial “Bom dia!” De repente, a cortina da vegetação se abre para revelar esse quadro de sonho: entre as garras de falésias negras, uma extensão de areia dourada, batida pelo oceano azul-verde, sua espuma cintilante se desdobrando em vagarosas ondas. Esta praia, Prainha, é de tirar o fôlego. Mas o passeio não termina aí. Acessíveis apenas a pé, três pontos igualmente paradisíacos nos aguardam: Engenhoca, Havaizinho, Itacarezinho, ao longo da manhã. A pequena trilha sob a copa das árvores redobra o deleite de se lançar na água, em um mar revigorante, euforizante como uma caipirinha. Bem-vindo a Itacaré, seu cenário digno da ilha do tesouro.

Ao sul do estado da Bahia, a uma boa distância (500 km) de Salvador, há um tranquilo vilarejo de pescadores (com 30.000 habitantes, mesmo assim), com a aparência de uma vila, situado no gigantesco estuário do rio Rio de Contas. A Rota das 4 Praias, Trilha 4 Praias, é uma das muitas excursões recomendadas pelo Barracuda Hotel & Villas, o estabelecimento excepcional onde estamos hospedados. Seu mantra: “a idílica relação com a natureza”. Nos últimos dias, guiados por nossos anfitriões, estamos descobrindo a geografia milagrosa do território que se estende entre Itacaré e a cidade de Ilhéus, sua porta de entrada. Influência da lua? Ou da deusa do mar Iemanjá, cuja estátua de bronze protege as águas do porto? O famoso litoral baiano (800 km de praias), liso como a palma da mão em outros lugares, aqui forma magníficas ondas, poderosas e regulares. Colinas majestosas elevam a costa, enseadas voluptuosas se balançam. Ao longo do litoral e no interior, a Mata Atlântica mantém seu reinado. Esta paisagem de contrastes, de alternâncias, ora suave, ora grandiosa, é o Brasil mágico. Autêntico e encantador.

Vamos dizer também, é um fim de mundo. Hoje em dia, Ilhéus ainda recebe os visitantes com um aeroporto pequeno, pitoresco e antiquado. Sem loja de souvenirs, sem lanchonete. Uma atmosfera fora do tempo que, na verdade, exala um charme inegável.

Pouco importa a distância, a região sempre nutriu paixões e inflamou imaginações. A de um certo Pedro Álvares Cabral, por exemplo. Em abril de 1500, foi ali que o almirante português desembarcou. Após meses de navegação, o ancoradouro lhe pareceu tão acolhedor que o nomeou Porto Seguro. Uma cruz de madeira de 7 metros de altura relembra o local onde Cabral celebrou a primeira missa católica no Brasil. Assim, o litoral pode se orgulhar de ser o berço do país. Quanto a Ilhéus, a cidade emergiu do chão, ou melhor, foi extraída da selva por volta de 1880, tomada por uma febre de riqueza. A introdução de plantas de cacau transformou então a região em um Eldorado. “Coronéis” ou gringos (estrangeiros) vindos em navios da Europa e da América se precipitaram para a localidade e se improvisaram como fazendeiros. Jorge Amado, o gigante da literatura brasileira, nativo de Ilhéus, descreveu nas suas páginas a animação de um faroeste: “Todos se matam pela posse de vales e colinas, montanhas e rios… para plantar febrilmente cacaueiros sem fim.”

Esse período épico moldou a paisagem. “Árvore de pequeno porte, o cacaueiro se desenvolve melhor à sombra dos gigantes da floresta”, explica Paulo, nosso guia. “É por isso que os agricultores cuidam deles. Eles preservaram assim uma prodigiosa biodiversidade, superior à da Amazônia.”

E então, fiquem tranquilos, a “costa do cacau” deixou de lado o porte de armas há muito tempo. Em toda a zona rural, pequenas propriedades familiares convidam para visitas. Como a fazenda de Antônio: Fazenda Conceição. Ela está situada em um ilhote do rio Rio de Contas. Com um grande chapéu na cabeça e um facão na cintura, esse homem afável vem nos buscar de canoa para nos mostrar a propriedade. As vagens, do amarelo açafrão ao vermelho tomate, enfeitam seus cacaueiros como bolas de Natal. A natureza é generosa e a parada é agradável em seu domínio. Os frutos mais variados (maracujá, acerola, cajá, cupuaçu…) crescem em seu jardim. Uma cascata prateada desce pela encosta da colina, viveiro de camarões e lagostins. Sua esposa, Isabel, que administra a casa de hóspedes, cozinha saborosos ensopados tingidos com a cor laranja do óleo de dendê. O ponto alto do menu é a farandola de guloseimas de chocolate: amêndoas crocantes, levemente amargas, mel de cacau acidulado, trufas intensas, mistura de chocolate puro e cupuaçu.

Foi nos anos 1980 que os surfistas começaram a chegar à costa. Atraídos pelas ondas deliciosas e seguras, longe dos monstros que existem no Havaí, eles encontraram aqui um nirvana. A italiana Maïté chegou a Itacaré nessa época. “O ambiente era rústico”, conta ela. “O acesso era por uma estrada de terra esburacada (uma rodovia nacional, construída em 1998, cobre essa estrada agora, NDLR). Dormíamos em cabanas na praia.” A onda de turistas apaixonados pelo longboard não cessou. Em seu rastro, a face de Itacaré se embelezou, alisando-se em uma vitrine. Charmosas pousadas substituíram as rústicas cabanas. Na Pituba, a alegre rua principal, as lojas de moda competem em atração com seu arco-íris de Havaianas e suas panóplias de roupas de praia sexy. A vila, com suas ruas de paralelepípedos, enfeitada com nobres casas de “coronéis”, ainda mantém um ar de simplicidade. Na orla, adolescentes jogam bola, surfistas ainda pingando água salgada (eles estão por toda parte) se sentam para uma cerveja, e velhos amigos começam mais uma partida de cartas. A atmosfera não tem o glamour de Trancoso. E talvez isso seja melhor: aqui se saboreia um perfume de autenticidade. “Nada realmente mudou”, garante Maïté. “Os habitantes são calorosos. Eles formam uma comunidade unida em torno de antigas tradições. A cultura afro-brasileira permeia o espaço e os modos de vida.”

Na foz do rio, bate assim o coração do vilarejo. Em meio a um emaranhado de eucaliptos, mangueiras e outras genipapeiras, invadido por pequenos macacos curiosos, ocorrem as cerimônias secretas do candomblé, culto religioso marcado pelo sincretismo, no qual os deuses africanos tomam a aparência de santos católicos. O candomblé conta com quase tantos fiéis quanto habitantes, segundo Maïté, que se converteu à religião. Apesar de sua intermediação, não podemos ser admitidos em seu terreiro, por sermos não-iniciados. Mas basta subir até o Porto de Trás que você verá as tradições. No alto, um antigo quilombo abriga o treinamento diário da Tribo do Porto, os campeões locais de capoeira. Luta sem violência, a capoeira – que encarna a resistência dos africanos deportados para trabalhar nas plantações – se assemelha a uma dança. Ao som do berimbau e do pandeiro, os mestres da disciplina executam figuras acrobáticas, encantando a plateia.

Este local vibrante de energia é o centro cultural de Itacaré. Devemos render homenagem aos parceiros do Barracuda Hotel & Villas que o construíram e o ofereceram ao vilarejo em 2011. Uma bela história, este hotel. Mais uma vez, é uma história de paixão. A paixão de um grupo de amigos suecos pela aventura. Sem dúvida, o sangue dos seus ancestrais vikings corre em suas veias. Em 2014, eles atravessam os mares, ancoram em Itacaré e iniciam um fabuloso projeto de vida. Qual é a ideia? Não montar um negócio, mas construir casas sob medida, enquanto inventam uma nova forma de hospitalidade, virtuosa, respeitosa tanto com o meio ambiente quanto com a população local. Seria “o encontro do dar e do receber”, segundo a bela fórmula de Aimé Césaire, que, em viagem ao Brasil em 1963, encontrou a inspiração para Lettre de Bahia-de-tous-les-saints, um de seus poemas principais. A feliz mistura de culturas foi uma revelação para o autor antillano. O mesmo se aplica aos hoteleiros nórdicos. Em 2021, eles fundaram uma associação para apoiar o empreendedorismo local. E o que dizer da concepção do Barracuda, esta joia.

Seu luxo discreto e sutil, combinado com sua localização, torna a estadia inesquecível. Dominando uma colina rochosa e com vista para o mar, a uma curta distância do vilarejo, o local é magnético. Aninhada em uma selva esmeralda, a preciosa coleção de vilas oferece o auge do que se pode esperar de um estilo de vida hedonista voltado para o exterior: espaço infinito (de 800 a 1.200 m²), varandas, pérgulas, piscina infinita, vista de 180° para praias douradas. Entre o minimalismo das linhas e a sensualidade dos materiais, entre a sobriedade e peças marcantes assinadas por designers brasileiros, a decoração encontra um equilíbrio perfeito, tão elegante quanto acolhedor. “Vimos aqui para nos recarregar”, destaca a bela e sorridente Juliana, fundadora associada e CEO, que, junto com seu marido Daniel, surfista profissional, encarna a excelência do atendimento. “O ritmo de vida é lento, alinhado com o da natureza, e o estilo é descontraído”, continua a jovem. “Este canto de calma incomparável é o mais seguro do Brasil. No Rio, circula-se em carros blindados; aqui, se faz uma corrida na floresta sozinho, sem se preocupar. Inclusive as celebridades, que dispensam segurança.”

Este casal carismático nos convida para a sua mesa. Lagostas gigantes flamejam na cozinha. A selva agita suavemente suas palmas ao nosso redor. A noite cai agora. O céu estende seu manto sobre o horizonte do Barracuda, onde as estrelas se acendem uma a uma. Raramente um hotel se funde tão intensamente com a alma – ousamos usar a palavra – de um lugar. Se você quer acordar diante do oceano, sentir o coração da floresta pulsar, ouvir o som do tambaka (tambor) subir do vilarejo, encontrou um Éden. ■ VIOLAINE BINET

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