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Oeste da Bahia consolida cacauicultura irrigada

Foco é na produção de amêndoas de qualidade, com alto valor agregado

As experiências pioneiras na região do Vale do Rio Grande, em Barreiras, começaram na década de 2000 na sombra de bananeiras irrigadas e tiveram à frente o produtor Antônio Veloso, que antes já tinha produzido cacau em Camacan e Pau Brasil, na região Sul do estado.

Com regime de chuvas diferenciado da Mata Atlântica, no oeste predominam os biomas Cerrado e Caatinga, com pelo menos seis meses sem chuva por ano, mas potencial hídrico para irrigação e com resultados exitosos com cacaueiros a pleno sol. Embora os primeiros registros de cacau irrigado no oeste baiano na PAM/IBGE sejam de Barreiras e Bom Jesus da Lapa, onde a área tem permanecido estável somando 36 hectares, em Riachão das Neves a área vem expandindo.

Moisés Shimidt, do grupo Agricola Shimidt,

 

O primeiro registro do município na PAM foi em 2019, com 13 ha, produtividade de 2.000 kg/ha. Ainda conforme a pesquisa do IBGE, em 2020, a área passou para 26 ha, com produtividade 2.903 kg/ha.  Atualmente o Vale do rio Grande tem 36 hectares em produção, 68 há plantados e outros 100 ha em fase de implantação da lavoura.

 

Antelmo Farias,, com uma muda de cacau

“A estimativa é chegar no final de 2023 com, no mínimo,1 milhão de mudas plantadas no Vale do Rio Grande”, revelou o produtor que também migrou do Sul baiano para o Oeste, e depois de alguns anos distante da atividade, recomeçou com a cacauicultura. Empreendedor visionário sobre a aptidão da região para a cultura, ele afirmou que o Oeste vai reforçar a produção estadual e nacional para reverter situação perdida com a vassoura de bruxa.

 

Alta produtividade

“Em um futuro breve vamos voltar a exportar. Temos alta produtividade de cacau de qualidade”, afirmou. De acordo com Farias, proprietário da Fazenda Solaris, em Riachão das Neves, a produtividade média obtida como cacau irrigado do Oeste é de “no mínimo 200 arrobas (@) por hectares”, com condições de mecanização agrícola por ser a área plana e utilização de alta tecnologia para desenvolver a atividade. Ele tem parceria com o produtor Moisés Schmidt, proprietário da Solaris, que  está transferindo a tecnologia da soja, algodão e milho para  a produção do cacau. Juntos, com outros parceiros, eles criaram a BioBrasil, voltada para pesquisas e produção de mudas. A Biofábrica tem  mudas certificadas,  a única  do Brasil com essa característica.

A empresa já tem uma estufa produzindo 260 mil mudas e outra em construção. O projeto é chegar no final de 2023 com capacidade de produzir 2 milhões de mudas ano, disse Farias. Com a agroindústria Cacau do Cerrado, ele produz nibs e chocolates com alto teor de cacau, dentro do conceito Tree to Bar, que significa da árvore à barra de chocolate, agregando valor à produção. Seu próximo desafio, é impulsionar a Coopercacau1000, cooperativa voltada para agricultura familiar com o objetivo de atender inicialmente um mil produtores do vale do rio Grande.


Secretario de Agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira, visita a Biofabrica da BioBrasil Mudas

Nos chapadões

Ainda na região Oeste, mas em outra realidade geográfica no município de Cocos, nos chapadões do Cerrado o empreendimento tem 220 hectares plantados com cacau e até o final deste ano deve chegar a 300 hectares. De acordo com o sócio da fazenda Santa Colomba, Miguel Prado, as experiências começaram há 5 anos, com plantação de 2 ha experimentais. Atualmente tem 40 ha com médiade3,5 anos, produzindo 135 @ por hectare. “A perspectiva é chegar no quinto ano de produção com média entre 200 e 250 @ por ha”, afirmou, asseverando que na propriedade “aplicamos a agricultura regenerativa, com adubação orgânica, defensivos biológicos e o mínimo de químicos”. Ele destacou ainda que pela novidade de produzir a pleno sol em áreas planas existe a facilidade de mecanização.

Com parceria firmada “com o amigo/produtor de Eunápolis, Fernandinho Martins, os cuidados vão além da lavoura, com a fermentação e secagem das sementes, para ter um produto de alta qualidade”, disse.

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Por MIRIAM HERMES, em A  TARDE

 

(fotos:  Divulgação)

 

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