WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
DestaquesGeral

Famílias fortalecem cooperativismo através da produção de cacau e chocolate

Rio de Janeiro tem experiência inovadora na agricultura familiar

 

 

Por Patrícia Nicolau   e Marcella Sulis

 

No ano de 2017, me conectei à cidade de Guapimirim por meio de amigos e agricultores que, ao longo do tempo, se tornaram meus fornecedores de alimentos. Desde então, já havia entendido o interesse de alguns agricultores pelo cacau. Como eu tinha acabado de me mudar para o Rio de Janeiro, tinha muita coisa para colocar no lugar, antes de começar as minhas andanças pela região.

Em novembro do ano de 2019, fui ministrar uma aula para a rede Estácio e precisei de cacau, me veio à cabeça, será que em Guapimirim tem cacau? e, ao questionar um dos meus fornecedores, a resposta foi: “sim, e bota cacau nisso!” Eu fiquei com aquela interrogação por dias, meses e sem tempo de me deslocar para Guapimirim. Com a pandemia, as visitas presenciais foram postergadas, mas muita orientação on-line aconteceu.

Foi então que começamos a nos falar por mensagens e vídeos e as ideias foram surgindo, esse cutucão foi parar na As-Pta – que somos parceiros via UFRJ no CONSEA – Rio – e eles me contrataram em 2021, para ministrar uma capacitação que pudesse gerar renda aos agricultores, fizemos várias opções a partir do cacau, e intitulei a capacitação de: esse tal de cacau no meu quintal!

A partir de então, de uma capacitação surgiu outra, e outra e, de repente, eu percebi que Guapimirim tem mais cacau do que eu imaginava! Em certos momentos, me sinto andando pelas ruas de cidades baianas, onde se encontram cacaueiros na calçada, no jardim, no quintal. Por meio das trocas e conhecendo novas pessoas, começaram a surgir pessoas  com 40 pés, 700 pés, 1000 pés, 3000 pés e, até 30.000 pés de cacau.

Em fevereiro deste ano de 2023, fizemos três boas colheitas em Guapi, na roça de Maria e Fred, iniciamos os processos de revitalização e coleta do solo com o apoio da Secretaria de Agricultura da cidade e de alguns conselheiros. Os agricultores que participaram das capacitações são pessoas que querem produzir amêndoas de cacau de qualidade, triplicar suas produções, se possível, e estão totalmente dispostas a investir para ter suas amêndoas ou barras de chocolate no mercado.

Já realizamos alguns testes e tentamos a fermentação aos moldes Albertus Eskes, para um micro lote. Albertus está conosco no grupo e acompanha os processos para trabalhar uma fermentação diferenciada.

A ideia inicial é trabalhar ativamente a revitalização do solo e, durante este ano, observar os frutos e os processos fermentativos que essas sementes estão oferecendo,

Patrícia Nicolau é Patrícia Nicolau é integrante do CONSEA – Rio e estuda as relações sócio-culturais do cacau e chocolate.

Marcella Sulis é professora do Curso de Gastronomia da UFRJ, especialista em confeitaria, padaria e chocolateria.

 

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar