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Bahia, Pará e Rondônia disputam título de melhor amêndoa de cacau do Brasil

Cerimônia de premiação do Concurso Nacional de Cacau Especial acontece em Ilhéus

A quinta edição do “Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil – Sustentabilidade e Qualidade” registrou número recorde de inscrições. Foram 98 amostras oriundas de seis estados, sendo o Amazonas e o Tocantins estreantes na disputa pelo título de melhor amêndoa de cacau do país. Após a primeira fase de avaliação, 20 amostras foram classificadas para as etapas finais da competição. Agora, produtores dos estados do Pará, Bahia e Rondônia buscam a colocação nas categorias varietal (uma única variedade genética de cacau) e mistura (blend de variedades).

O Concurso Nacional de Cacau Especial tem o objetivo de incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na produção de cacau no Brasil, divulgando o fruto a partir dos chocolates especiais e promovendo este segmento junto ao consumidor. Os prêmios desta edição somam R$ 60 mil. O montante será dividido entre primeiro, segundo e terceiro colocados nas duas categorias.


A avaliação envolve análise físico química e sensorial do cacau, além do sabor na forma de chocolate (foto Ana Lee)

A participação dos estados do Amazonas e do Tocantins nas inscrições deste ano permitiram que o setor tivesse um recorte mais amplo sobre o perfil de qualidade de cacau entre os produtores brasileiros. “Quanto mais estados aderirem ao projeto do Concurso Nacional, mais a gente consegue contribuir com a pauta de colocar o Brasil como referência internacional de cacau de qualidade”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

 

Graças ao arranjo entre CIC e Ceplac na elaboração do Concurso Nacional, este ano três cacauicultores brasileiros figuram entre as 50 melhores amêndoas de cacau do mundo. Os vencedores nacionais da edição nacional passada foram automaticamente classificados para disputar o título de melhor cacau do mundo no Cacao of Excellence Awards, a mais prestigiada competição global de cacau.

Cerimônia de premiação acontece em Ilhéus. (foto divulgação Carlos Borges)

Representando o Brasil, Luciano Ramos de Lima, de Ilhéus-BA, Miriam Aparecida Federrici Vieira e Robson Brogni, de Medicilândia-PA, concorrem agora ao prêmio máximo. Os vencedores do certame internacional serão conhecidos em Amsterdã, durante cerimônia que acontecerá em fevereiro no evento Chocoa 2024, na capital holandesa. “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos emplacar três brasileiros entre os finalistas mundiais. Isso mostra a importância do Concurso Nacional de Cacau Especial, ressalta a relevância do nosso trabalho, ao mesmo tempo que impulsiona aprimoramentos na qualidade do cacau brasileiro, elevando o Brasil ao patamar internacional como um produtor de cacau de qualidade superior”, analisa Cristiano.

 

Avaliação

Análises sensoriais e de liquor e chocolate fazem parte da avaliação (foto Ana Lee)

As fases de avaliação do V Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil incluem análise físico-química das amêndoas não-torradas e análise sensorial do cacau em forma de líquor (massa de cacau) feita por um júri técnico dentro do CIC. Por último, um júri externo formado por convidados especiais realiza uma avaliação às cegas do sabor do cacau na forma de chocolate 70%. Entre os avaliadores desta edição estão o empresário Alexandre Costa, da Cacau Show, o chef confeiteiro Lucas Corazza e Marcos Palmeira, ator que volta a protagonizar a telenovela “Renascer”, filmada no sul da Bahia.

 

Sustentabilidade

O Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil avalia também as condutas de produção dos participantes. Essa avaliação é feita com base no Currículo de Sustentabilidade do Cacau, documento que é referência de sustentabilidade para produtores de cacau, técnicos e instituições na busca pela melhoria contínua da produção atrelada à redução dos impactos negativos oriundos da atividade. No ato de inscrição, os produtores respondem a um questionário sobre produção sustentável e, na etapa final, recebem a visita de auditores em suas propriedades para verificar as informações declaradas. “Os produtores precisam estar atentos ao seu enquadramento nos critérios de sustentabilidade definidos pelo currículo. Precisamos trabalhar a qualidade do nosso cacau, mas mantendo o foco em um modelo de produção sustentável. E, desta forma, contribuir para a melhoria da reputação do cacau brasileiro”, destaca o diretor científico do CIC.

Os vencedores serão anunciados no dia 24 de novembro durante cerimônia realizada em Ilhéus, Sul da Bahia. A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau, patrocinada pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Mondelēz International – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará (SEDAP-PA), Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Cacau Show, Dengo Chocolates, GS1 Brasil, Sistema FAEB/SENAR-BA, Harald Chocolates e Newe Seguros. O Concurso é organizado e executado pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC), em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), AIPC e Abicab.

 

Sobre o CIC

Cristiano Vilela, coordenador do Centro de Inovação do Cacau

Inaugurado em março de 2017, o Centro de Inovação do Cacau (CIC) é uma iniciativa do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia que realiza avaliações de amêndoas de cacau e chocolate. Trata-se de um laboratório dedicado para fazer análises físicas, químicas e sensoriais, prestando serviços a produtores de variados portes, além da indústria processadora de cacau.

 

Conheça os finalistas de cada categoria:

VARIETAL
Agropecuária Sempre Firme (Aurelino Leal-BA) Variedade: BN34
André Luiz Vicente (Nova União-RO) Variedade: CCN51
Angélica Maria Tavares Lima Fernandes (Itabuna-BA) Variedade: Catongo
Deoclides Pires da Silva (Jaru-RO) Variedade: CCN51
José Batista de Souza (Medicilândia-PA) Variedade: Manaus 15
Leomar Silva Vieira (Medicilândia-PA) Variedade: Alvorada 03
Lídia Rosa Santos Souza (Uruará-PA) Variedade: Ponta Verde
Marina Oliveira Paraíso Martins (Ilhéus-BA) Variedade: VB1151
Miriam Aparecida Federicci Vieira (Medicilândia-PA) Variedade: Alvorada 01
Rubens Dario Froes Costa De Jesus (Ibirapitanga-BA) Variedade: PH16

MISTURA
Ademir Venturin (Medicilândia-PA)
Deoclides Pires da Silva (Jaru-RO)
Francisco Pereira Cruz (Novo Repartimento-PA)
Geraldo Lopes da Silva (Cabixi-RO)
Gilmar Batista de Souza (Uruará-PA)
Joao Rios de Sousa (Novo Repartimento-PA)
Lídia Rosa Santos Souza (Uruará-PA)
Odair Jose Alves dos Santos (Novo Repartimento-PA)
Robson Tomaz de Castro Calandrelli (Nova União-RO)
Waldemar Polycarpo da Silva Neto (Ilhéus-BA)

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