
Cléber Isaac Filho
Mateus Neto, o talentoso canoísta de Itacaré, é a mais nova promessa do esporte brasileiro, levando consigo não apenas a esperança de medalhas, mas também a rica história do Rio de Contas. Este rio, que já escoou ouro da Chapada Diamantina e o valioso cacau da região, agora se torna símbolo de um novo tipo de ouro: o olímpico.
O Rio de Contas tem uma trajetória marcada por riqueza e transformação. Durante o século XVIII, suas águas transportaram o ouro extraído das minas da Chapada Diamantina. Com a decadência da mineração, o rio se reinventou, servindo como a principal via de escoamento do cacau, o ouro marrom que trouxe prosperidade à região de Itacaré.
Além da riqueza de sua biodiversidade e tradições da pesca artesanal; hoje o Rio de Contas é palco de uma nova forma de riqueza. As águas que outrora carregaram metais preciosos e frutos preciosos, agora são o campo de treino de Mateus Neto, um jovem que vem conquistando o mundo da canoagem com sua dedicação e talento.
Um projeto do Estado da Bahia que Mateus Nunes participou do projeto quando ele tinha apenas sete anos foi fundamental para estar hoje na Seleção Brasileira. “O projeto Remando em Rio de Contas abriu portas e me deu apoio para eu estar aqui, na Seleção Brasileira. Acredito que se não fosse essa experiência, em Itacaré, eu não estaria aqui hoje”.
Crescido às margens desse rio histórico, ele desenvolveu uma habilidade impressionante na canoagem e aos 18 anos, Mateus já acumula diversas medalhas em competições nacionais e internacionais, sendo visto como uma das grandes esperanças do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Treinando incansavelmente nas águas do Rio de Contas, Mateus encontrou inspiração na história rica de sua terra natal.
Para Mateus, cada remada é uma homenagem às gerações que vieram antes dele, e aqui eu destacou não apenas Izaquias ( maior campeão olímpico brasileiro ) mas também os 2 ex atletas : Sandra Regina (in memória).
E assim, a história continua tendo apenas o Rio de Contas como testemunha de sonhos humanos ao longo dos séculos.
O Rio de Contas não passa; os sonhos humanos que passam.