Anara Passos
A ChocoSol, a primeira fábrica de chocolates do Brasil alinhada aos princípios da Economia Solidária está completando dois anos. Instalada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda do Governo da Bahia, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a fábrica-escola se dedica a transformar as amêndoas do cacau, o “fruto de ouro” da região, em chocolates finos, com alto teor de cacau e zero conservantes.
A Setre investiu R$ 523 mil no equipamento público. A ChocoSol tem capacidade para produzir até 1,2 tonelada de chocolates com funcionamento de segunda a sexta-feira. Com 300m², a estrutura conta com 10 máquinas em operação, além de uma câmara fria e 20 tipos de formas de policarbonato e polipropileno. O projeto também contempla outros territórios como Baixo Sul, Extremo Sul, Costa do Descobrimento e Médio Rio de Contas.
A ChocoSol vai além da produção de chocolates deliciosos. A unidade fortalece toda a cadeia produtiva do cacau, oferecendo assistência técnica e inovação aos agricultores familiares da região. Com o apoio de parceiros como a Setre, Cesol Litoral Sul, UESC e a Organização Social Querinos, a iniciativa promove práticas agrícolas éticas, comércio justo e trabalho coletivo, gerando renda e oportunidades para quem faz parte dessa cadeia.
Manter uma fábrica de chocolates em uma região que é destaque nacional no cultivo do cacau é um marco histórico. A ChocoSol não só valoriza o fruto que é a identidade da terra, mas também transforma vidas, gerando conhecimento, renda e desenvolvimento sustentável.
Nos últimos dois anos, a Chocosol se consolidou como um espaço de formação, inovação e valorização da Economia Solidária. Além de produzir chocolates de alta qualidade, a fábrica-escola se tornou um símbolo de resistência e transformação social, mostrando que é possível unir sabor, sustentabilidade e respeito às pessoas.
“A ChocoSol é um ganho importante para a cadeia socioprodutiva do cacau na Bahia. Com esse equipamento gerido pela Associação Beneficente Josué de Castro (ABJC), por meio do Centro Público de Economia Solidária (Cesol) Litoral Sul, completamos a cadeia da assistência desde o plantio até o beneficiamento com o fabrico dos chocolates. Será um espaço para os empreendimentos aprenderem boas práticas de produção e agregarem valor aos chocolates”, afirma o Superintendente de Economia Solidária e Cooperativismo, Wenceslau Júnior.
